A viagem
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A viagem da vida necessita
Fé, poeira, lama e paixão
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Fé naquilo em que você acredita
E você acreditará que tudo pode
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A poeira dói nos olhos
E os faz marejar, mas há que continuar
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A lama se confunde com o homem
Que se derrete ao caminhar e endurece ao estagnar
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A paixão nos move no pântano da adversidade
Em busca de outro lugar
Um lugar de alegria
Que também contém saudade
E respingos de melancolia
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Para quem nesta viagem
A tristeza puder suportar
Ou driblar
Talvez chegue no amar
Que é o melhor lugar
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Impermanência
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Da janela
Olhou para fora
Como se mirasse o espelho
Disse que o mundo
É mais do que a cor desta hora
Que o sabor desta aurora
Disse que ela também era mais
Pois olha o aqui e vê o após-agora
Baixou os olhos para um canto do quarto
Refletia ali, mas longe
Segundos num infinito absoluto
Entre o triste e o resoluto
Rápido sacudiu os pensamentos
Mãos em zigue-zague
Disse: “esqueça.
A perspectiva do adeus
Faz com que eu divague”
Silêncio de filmes europeus
Jeanne Moreau da Nouvelle Vague
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(Poemas do livro Poesia inquieta para tempos intranquilos - Luiz Claudio Oliveira)
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